Em 22/10/2018 às 11h14

A Federação Mineira de Voleibol é a primeira a utilizar o Vídeo Check em torneio estadual.

O sucesso no Campeonato Mineiro Masculino serviu de base para a utilização do sistema na Supercopa Masculina.

A tecnologia é cada vez mais inserida no mundo esportivo. Além do uso para monitoramento de atletas, ela vem contribuindo no auxílio a arbitragem. Seguindo o modelo internacional, a Federação Mineira de Voleibol foi a primeira a incluir o sistema de Vídeo Check em um campeonato estadual. O equipamento utilizado no torneio é de uma empresa italiana e serve como checagem de lances duvidosos, tanto para a arbitragem, quanto para as equipes.

O sistema de Vídeo Check, conhecido como Desafio, começou a ser utilizado no Campeonato Mineiro Masculino no dia 07 de setembro, na partida entre JF Vôlei e Sada Cruzeiro. Na ocasião o time cruzeirense venceu os donos da casa por 3 a 0. A solicitação do Desafio ocorreu em apenas uma oportunidade, quando em um ataque na esquerda da equipe de Juiz de Fora gerou dúvidas se a bola havia tocado no jogador cruzeirense. A equipe juiz-forana solicitou a checagem que confirmou o toque no bloqueio, convertendo assim o ponto a favor, passando para um placar de 07 a 10 no segundo set. Em um outro momento, o time da casa esboçou solicitar o desafio, mas o jogador cruzeirense, Leozinho, se acusou antes do pedido do técnico do time da casa, Marcos Henrique.

A solicitação do Vídeo Check segue normas. As equipes têm direito a dois pedidos de Desafio por set. Se a solicitação estiver a favor da equipe solicitante, o número de pedidos segue inalterável. Podem ser solicitadas revisões de toque na rede, bola dentro ou fora, falta na linha de ataque (pisar na linha de três metros) falta na linha central (invasão), falta na linha de saque, toque da bola no bloqueio ou antena. Outra situação que pode acontecer é de um lance não ficar claro para a arbitragem, permitindo assim voltar o ponto.

Foram realizados 16 jogos pelo estadual sendo 64 pedidos do Desafio, com 11 deles solicitados na final entre Sada Cruzeiro e Fiat/Minas. O time que mais solicitou a checagem em vídeo foi o time minastenista com 23 pedidos e 13 pontos convertidos a favor da equipe.

Para o técnico vice-campeão mineiro, Nery Tambeiro, o Vídeo Check contribuiu para a competição, mas sente que ainda está em período de adequação, em relação aos árbitros.

"O fato de contarmos com o desafio foi espetacular. Acredito que o Vídeo Check veio para acrescentar, mas que ainda deve ser aprimorado pelos árbitros" observou Nery.

O técnico Marcelo Mendez, dez vezes campeão mineiro, solicitou o desafio 18 vezes e teve seis pontos convertidos. O profissional falou sobre o sistema que contribuiu em situações decisivas durante a competição, e principalmente na final.

"O Vídeo Check foi um ganho muito grande para a competição. Em várias situações ele foi solicitado e foi fundamental para que não houvesse erro" disse o técnico do Sada Cruzeiro.

Henrique Furtado, que se repara para a Superliga C com o Lavras Tênis Clube segue a mesma linha de raciocínio de Marcelo.

"O Desafio foi um ponto extra para a competição, os ataques estão muito rápidos e grandes lances, se marcados errados, poderiam definir o set de forma inadequada, então o que vimos aqui foi a prova da necessidade do vídeo para um esporte tão rápido" opinou o técnico do Lavras.

O treinador do JF Vôlei, Marcos Henrique, diz ser a favor do Desafio por se tratar de jogos rápidos e, ainda, ressalta o fato de sua equipe ter utilizado o sistema em situações de necessária, principalmente contra o Sada Cruzeiro.

"O Vídeo Check é sensacional. O jogo contra o Sada foi o que mais tivemos dificuldade em jogadas que foram dadas a favor do adversário e que conseguimos converter para o nosso time, assim como, tivemos jogadas que também foram dadas contra a nossa equipe e que o vídeo foi essencial para definir isso. O jogo de vôlei está muito rápido, evoluiu fisicamente e a arbitragem está passível de erro. Hoje o saque chega a 120km e ele não consegue enxergar a bola. Então o Vídeo Check é muito bem-vindo, lamento que a Superliga B não tenha" comentou Marcos que utilizou a checagem em 15 situações e acertou seis.

O Vídeo Check ainda está em período de teste, não apenas na utilização do sistema, mas também na preparação dos profissionais na leitura das jogadas. Até o momento as opiniões são positivas de acordo com equipes e profissionais da comunicação. O sistema foi utilizado em todo o Campeonato Mineiro e na Supercopa, realizada no último sábado (20.10) em que o SESI sagrou-se campeão sobre o Sada Cruzeiro por 3 sets a 0.

O presidente da Federação Mineira de Voleibol, Tomás Mendes, comemora as opiniões positivas na implantação do sistema no Estadual.

"A experiência de executar 100% do Campeonato Mineiro com o Video Check, foi muito importante para o profissionalismo da competição. É um treinamento importante para nossa equipe de arbitragem, coordenadores, além de fazer justiça nos lances muito disputados e com bolas muito rápidas. A decisão entre Sada Cruzeiro e Fiat/Minas contou com momentos importantíssimos e o Desafio foi fundamental para proporcionar ao torcedor um grande espetáculo" afirmou o presidente da FMV.