Em 15/04/2013 às 14h57

Sada Cruzeiro começa bem, leva a virada e fica com Vice-Campeonato da Superliga

41044O Cruzeiro lutou até o fim, mas não conseguiu parar o Rio de Janeiro na decisão da Superliga Masculina 2012/2013, na manhã desta sexta-feira, no Ginásio Maracanãzinho. Após um início arrasador, em que acertaram a maioria dos saques e se apresentaram bem no bloqueio, os comandados de Marcelo Méndez caíram de rendimento durante o jogo e perderam por 3 sets a 1, com parciais de 25/15, 18/25, 18/25 e 25/14. Embalado pelo forte apoio das arquibancadas, o time carioca apresentou poder ofensivo principalmente na terceira e quarta parciais, quando conseguiu bom aproveitamento nos ataques pelo meio. A equipe comandada por Marcelo Fronckowiak e patrocinada pelo magnata Eike Batista conquista, desta forma, o primeiro título na história da competição. O time mineiro, por sua vez, fica com o segundo vice-campeonato, já que foi derrotado pelo Sesi na temporada de 2010/2011.

Theo, do Rio de Janeiro, foi o maior pontuador da partida, com 19 acertos. Lucão, com 15, Dante, com 13, e Thiago Alves, com 12, também tiveram boas participações. Pelo lado do Cruzeiro, a principal arma ofensiva foi o oposto Wallace, que assinalou 15 pontos. Na sequência vieram o central Rogério, com 10, e o ponteiro Leal, com oito.

Apesar do vice-campeonato, o Cruzeiro termina, de forma honrosa, a edição de 2012/2013 da Superliga Masculina. Em 28 jogos, o time celeste conquistou 22 vitórias e perdeu apenas seis vezes. Os grandes destaques celestes na competição foram o levantador William, o oposto Wallace e o ponteiro Yoandy Leal. Na edição anterior, os comandados de Marcelo Méndez conquistaram o título após triunfo sobre o Vôlei Futuro em São Bernardo do Campo (SP) por 3 sets a 1.

O Rio de Janeiro, por sua vez, conquista não somente o título da Superliga Masculina, mas também garante uma vaga no Sul-Americano de Clubes, que será disputado em Belo Horizonte, na Arena Vivo. Desta forma, os cariocas representam o Brasil ao lado do Minas, que terminou em terceiro na competição nacional. Por ser o anfitrião, o time do bairro de Lourdes tem vaga garantida no torneio internacional, que tem o Cruzeiro como atual campeão. Quem vencer se classifica para o Mundial de Clubes.

O Rio de Janeiro deu indícios de que começaria a partida no Maracanãzinho com muita força sobre o Cruzeiro. Foram apenas meros indícios. Após sair com dois pontos de desvantagem, o time celeste contou com Wallace, Leal e Rogério, em sequência, para virar o jogo. Bem na recepção e eficiente no bloqueio, Filipe aliou experiência e qualidade técnica para aumentar a vantagem dos mineiros: 8/5. Nem o incentivo da torcida, maioria nas arquibancadas pelo fato de a decisão ser na capital carioca, fez a equipe do técnico Marcelo Fronckowiak acordar. Sucessivos erros de saque e ineficiência no ataque prejudicaram muito os mandantes. O Cruzeiro, que não tinha nada a ver com isso, se apresentou bem no bloqueio e não perdia a chance quando o mago William encontrava os centrais Rogério e Douglas Cordeiro, bastante utilizados no primeiro set: 15/8.

A diferença a favor do Cruzeiro contribuiu muito para a sequência do primeiro set. Parecia treino. E o time celeste não estava nem aí para a maioria carioca na arquibancada. Só ouvia o "deixa de bobeira, deixa de bobagem" dos torcedores cruzeirenses, presentes em bom número no Maracanãzinho. A vantagem azul e branca chegou a ser de 11 pontos, algo muito incomum quando se trata de decisão de Superliga. O ímpeto do time de Belo Horizonte continuou até os últimos momentos da primeira parcial, quando o ponteiro cubano Yoandy Leal recebeu bola de William e abriu 1 a 0: 25/15.

O vôlei, porém, é um esporte que permite a recuperação rápida quando se trata de confronto entre duas equipes bastante equilibradas. O Cruzeiro venceu o primeiro set por méritos próprios, mas o Rio de Janeiro não havia apresentado o rendimento que o consagrou como líder da primeira fase. Na segunda parcial foi diferente. Partindo do zero, o Rio abriu três pontos seguidos e passou a comandar todas as ações. Na sequência, Théo, Thiago Alves e Dante acertaram as jogadas e fizeram 8/4. Diferentemente do início do jogo, quando demonstrou eficiência no saque, os celestes foram mal no fundamento. O time mandante, por sua vez, bloqueou com qualidade e abriu 16/12.

E a tônica de que uma equipe pode se recuperar imediatamente em uma partida de vôlei prevaleceu. A inversão de papéis foi consolidada no segundo set. O Cruzeiro não foi bem no saque e o Rio de Janeiro conseguiu a diferença no bloqueio. O último ponto aconteceu em um forte saque carioca. Thiago Alves, que foi bastante decisivo na vitória do Rio sobre o Minas no jogo de desempate da fase semifinal, soltou o braço e conseguiu passar a bola para o outro lado da quadra. Serginho não foi bem na recepção e a bola viajou em direção à arquibancada: 25/18. Tudo igual no Maracanãzinho: 1 a 1.

O início do terceiro set foi mais equilibrado. As equipes disputaram, de igual para igual, até o quinto ponto. Na sequência, o Rio de Janeiro fez 8/6 com ataque de Lucão e foi para o primeiro tempo técnico obrigatório em vantagem. A partir desse momento, o Cruzeiro não conseguiu segurar a força da linha ofensiva do time mandante. Quando Lucão foi para o saque, a recepção celeste parou de funcionar, pois o central carioca forçava muito. Ele só deixou a bola de saída quando Maurício, da equipe mineira, segurou no bloqueio. Mesmo assim, o Rio continuou soberano e caminhou para a segunda parada obrigatória com 16/10. Com a diferença muito grande no placar, Marcelo Méndez colocou Daniel e Sánchez no jogo e o Cruzeiro conseguiu melhorar ligeiramente. Não foi suficiente. Mais uma vez, Lucão foi fundamental para a virada: 25/18.

A força do Rio de Janeiro continuou no quarto set. Os cariocas lideraram todo o andamento da parcial e fizeram 8/3 antes da primeira parada técnica. O Cruzeiro não conseguia, nem de longe, repetir o bom rendimento do set inicial. O saque não entrava, o ataque era ineficiente e a força do bloqueio rival era evidente. Wallace, maior pontuador celeste, era o mais lúcido. Mas não dava para depender apenas dele. O cubano Leal, um dos pilares da grande campanha cruzeirense, não se apresentou bem. O Rio repetiu a atuação dos dois sets anteriores. Aliás, melhorou ainda mais. Gritos de "é campeão" ecoaram das arquibancadas antes mesmo do término do jogo. A diferença foi muito grande com os números finais: 25/14 e 3 sets a 1. Primeiro título da equipe carioca na história da Superliga.

RIO DE JANEIRO 3X1 CRUZEIRO

Parciais: 15/25, 25/18, 25/18 e 25/14

RIO DE JANEIRO
Bruninho, Theo, Lucão, Riad, Thiago Alves, Dante e o líbero Mário Júnior. Entraram Guilherme, Da Silva e Ualas
Técnico: Marcelo Fronckowiak

CRUZEIRO
William, Wallace, Filipe, Leal, Rogério, Douglas Cordeiro e o líbero Serginho. Entraram Daniel, Sánchez e Maurício
Técnico: Marcelo Méndez

Motivo: decisão da Superliga Masculina de Vôlei 2012/2013
Local: Ginásio Maracanãzinho, no Rio de Janeiro
Data: domingo, dia 14 de abril de 2013

Maior pontuador: Theo, do Rio de Janeiro, com 19 acertos

Árbitros: Paulo Turci (PR) e Jediel Carvalho (SP)
Público: 11 mil pagantes