Em 26/06/2020 às 21h47

Das quadras para os palcos

Após boa passagem no vôlei de Minas Gerais, Lunara inicia sua carreira na música

Ações geram oportunidade! Foi assim que a ex-jogadora de voleibol, Marina Lunara, se dispôs a passar a quarentena, com a visão de um novo rumo, o rumo musical. Nesta semana a nova cantora de Barroso lançou um clipe que descreve alguns momentos delicados de sua trajetória entre o vôlei e a música.

Desde criança Lunara dividia suas paixões entre o voleibol e a música. Seu início como atleta foi aos 8 anos, em sua cidade natal, Barroso.

"Sabiamente meu primeiro técnico, Kléber Oliveira, me colocou para treinar com o grupo mais velho e até com o time masculino, que pra mim foi determinante para o meu desenvolvimento como atleta" contou a jovem cantora que deixou a cidade para jogar em uma equipe da região metropolitana.

"Em 2006 surgiu o primeiro convite para jogar um torneio pela equipe do SESI de Juiz de Fora e no ano seguinte uma oportunidade ímpar para jogar pela equipe de Betim o campeonato Metropolitano e Estadual. Onde inclusive nos sagramos Campeãs Mirins e Vice- Campeãs Estaduais, com a equipe Infantil. Resultados memoráveis ao lado da Érika Brant que era técnica do Mirim e do Giuliano Sucupira técnico do time Infantil" completou.

image

Lunara foi a primeira atleta a deixar Barroso para uma cidade fora do estado. O primeiro convite surgiu em 2008, com 14 anos, para jogar voleibol em um projeto de Marechal Floriano, no Espirito Santo. Em menos de um ano se transferiu para São José dos Campos-SP e se manteve por mais quatro temporadas (2011 à 2014) no interior paulista. No estado passou por três clubes, do qual mudou de posição, de ponteira, para líbero.  

"Foi uma proposta feita pelo o meu auxiliar técnico na época o Marcelo Nicolosi, que hoje trabalha na equipe do Sesi Bauru. Ele foi um grande responsável pela mudança, sobretudo pela minha adaptação a essa nova função" disse Marina Lunara.


A jovem atleta passou por um momento de transformação em 2014, quando voltou para Minas Gerais. Na época teve passagem em projetos na cidade de Conselheiro Lafaiete, para jogar o JIMI, e fez parte da equipe de Itabirito pela Superliga B, que se desfez por problemas financeiros. Em 2015 deixou as quadras para treinar vôlei de Praia em Barbacena  

"Em 2015 comecei a treinar no CT de Vôlei de Praia em Barbacena com o Júlio Tadeu, que era técnico da Seleção Mineira Masculina, visando manter a forma até ver pra onde eu iria. Ele logo observou uma grande qualidade em mim e me propôs jogar uma Etapa do Circuito Brasileiro Sub-23 no final de 2015 em Brasília. Foi onde tivemos logo no primeiro torneio um grande resultado, que foi a minha estreia, ao lado da minha parceira Kawane Caldeira na época, contra a Duda e a Tainá. Perdemos de 2x1 em um jogo muito disputado. Sempre fui jogadora de quadra, estava a menos de dois meses treinando na areia em um processo de adaptação e, logo no início, tivemos bons resultados. Representei o estado de MG em 2016, em algumas etapas do Circuito Nacional Banco do Brasil de Vôlei de Praia" relembrou.

image

Momentos difíceis de decisões e incertezas inspiraram Marina a compor a sua história. Foi da dificuldade e da depressão que surgiu a música Grito da Alma, lançada no YouTube neste mês de junho. Lunara jogou até 2017, com 24 anos.

"Sou filha de músico, meu pai sempre trabalhou nessa área na qual eu acabei herdando esse dom. Desde pequena cantei em vários lugares, mas havia optado pelo vôlei primeiro, pois mesmo nova já entendia que o esporte tinha uma vida curta diferentemente de todas as outras profissões. E logo após ter parado de jogar, comecei de certa forma trabalhar também nessa área" disse Lunara.

A atual musicista lançou a música após uma live solidária no dia dos namorados. A música conta sua história e, principalmente, a superação que teve para sair do momento que colocava em risco a sua saúde física, mental e emocional.

"Essa composição é um marco em minha vida. Expressa tudo o que vivi antes, durante e após vencer a Depressão e a Síndrome do Pânico. Posso dizer que os momentos de dificuldades são divisores de águas em minha vida, me transformam. Apesar de ser jovem já enfrentei muitos momentos delicados, como no início da minha adolescência tive Epilepsia, depois minha carreira como atleta foi muito sacrificante e desgastante emocionalmente, mas foram todos esses momentos que me construíram e me deram forças. Viveria tudo novamente, principalmente meu lado esportivo que me sustentou e me ajudou a vencer todos os meus problemas de saúde através da disciplina, determinação e coragem que se desenvolveram em mim através dessa prática" conclui Lunara.

O vídeo do clipe "Grito da Alma" está disponível no canal da cantora no YouTube. Confira!